sábado, 29 de setembro de 2007

Educação

Prova do fracasso

Estudantes não sabem a diferença entre uma sentença e um parecer. Os cursos são os culpados

Camila Pereira


Antonio Milena

Alunos de direito: notas vermelhas



Há dois bons medidores no Brasil para aferir a qualidade de ensino num curso superior de direito. O primeiro é o Enade, a prova aplicada aos universitários pelo Ministério da Educação (MEC). O outro é o exame da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), também um pré-requisito para o exercício da advocacia. Da junção desses dois indicadores surgiu um ranking novo, divulgado pelo MEC na semana passada. Em suma, ele mostra que o nível geral das escolas de direito é bastante baixo e conclui que há 89 cursos "péssimos". Desse grupo, 37 ficaram ainda mais sob os holofotes (veja quadro): não conseguiram aprovar sequer 10% de seus estudantes no exame da OAB de fevereiro e, no Enade, patinaram na nota 2 – numa escala de zero a 5. Embora esse seja um levantamento mais completo do que os que o antecederam, não é exatamente uma surpresa o fato de o ensino de direito aparecer em situação tão ruim. Outras pesquisas já haviam traçado cenário parecido – não só para o direito, mas também para os demais cursos de ensino superior. A novidade do atual ranking é o uso que o governo vai fazer do material.

Os 89 piores cursos da lista terão de apresentar ao MEC um plano com metas para superar as deficiências flagradas pelo ranking – e são muitas. No exame da OAB, por exemplo, estudantes formados não sabiam distinguir uma sentença de um parecer. Caso essas faculdades se recusem a prestar contas ou não entreguem uma proposta concreta para melhorar o cenário, poderão ter o curso suspenso ou mesmo desativado. Também aquelas que tiverem um bom plano de emergência, mas não deixarem a zona do mau ensino, perigam ser impedidas de funcionar depois. No Brasil, o governo faz uso de avaliações para aferir o nível dos cursos superiores há mais de uma década, mas nunca havia tomado a conclusão delas como base para cobrar resultados. A iniciativa será estendida às outras áreas. Os próximos cursos que passarão pelo mesmo tipo de triagem serão os de medicina.

Os especialistas são unânimes em afirmar que o fato de uma avaliação jogar luz sobre as boas e más faculdades já funciona, por si só, como um incentivo à melhora do ensino. Aquelas que vão mal na prova naturalmente tentam elevar o nível para subir no ranking, sob o risco de ver suas matrículas minguarem. Foi o que aconteceu em 1910, quando o educador americano Abraham Flexner avaliou pela primeira vez as faculdades de medicina dos Estados Unidos e do Canadá e divulgou os resultados. De um total de 155, concluiu que 120 eram sofríveis. A maioria fechou as portas por falta de alunos. No Brasil, uma pesquisa feita com base no antigo Provão comprovou, de novo, a utilidade dos rankings. Nos cursos que foram mal avaliados, a procura no vestibular caiu à metade. Os campeões da lista, por sua vez, receberam 20% mais gente. Conclui o especialista Claudio de Moura Castro: "Avaliar cursos é um serviço fundamental que se presta à sociedade". E ao bom ensino

Fonte: VEJA Edição 20283 de outubro de 2007 (para assinantes)

Ponto de vista





Stephen Kanitz


Cuidado com o que ouvem

"Achar que tudo o que ouvimos é verdadeiro é viver ingenuamente, com sérias conseqüências para nossa vida profissional"

"Vigilância epistêmica" é a preocupação que todos nós devíamos ter com relação a tudo o que lemos, ouvimos e aprendemos de outros seres humanos, para não sermos enganados. Significa não acreditar em tudo o que é escrito e é dito por aí, inclusive em salas de aula. Achar que tudo o que ouvimos é verdadeiro, que nunca há uma segunda intenção do interlocutor, é viver ingenuamente, com sérias conseqüências para nossa vida profissional. Existe um livro famoso de

Darrell Huff chamado Como Mentir com Estatísticas, que infelizmente é vendido todo dia, só que as editoras não divulgam para quem. Cabe a cada leitor tentar descobrir.

Vigilância epistêmica é uma expressão mais elegante do que aquela palavra que todos nós já conhecíamos por "desconfiômetro", que nossos pais nos ensinaram e infelizmente a maioria de nós esqueceu. Estudos mostram que crianças de até 3 anos são de fato ingênuas, acreditam em tudo o que vêem, mas a partir dos 4 anos percebem que não devem crer. Por isso, crianças nessa idade adoram mágicas, ilusões óticas, truques. Assim, elas aprenderão a ter vigilância epistêmica no futuro.

Lamentavelmente, muitos acabam se esquecendo disso na fase adulta e vivem confusos e enganados, porque não sabem mais o que é verdade ou mentira.

Nossa imprensa infelizmente não ajuda nesse sentido; ela também não sabe mais separar o joio do trigo. Hoje, o Google indexa tudo o que encontra pela frente na internet, mesmo que se trate de uma grande bobagem ou de uma grande mentira. Qualquer "opinião" é divulgada aos quatro cantos do mundo. O Google não coloca nos primeiros lugares os sites da Universidade de Oxford, Cambridge, Harvard ou da USP, supostamente instituições preocupadas com a verdade. In veritas é o lema de Harvard. O Google não usa sequer como critério de seleção a "qualificação" de quem escreve o texto no seu algoritmo de classificação. Ph.Ds., especialistas, o Prêmio Nobel que estudou a fundo o verbete pesquisado aparecem muitas vezes somente na oitava página classificada pelo Google. Avaliem o efeito disso sobre a nossa cultura e a nossa sociedade a longo prazo.

Todos nós precisamos estar atentos a dois aspectos com relação a tudo o que ouvimos e lemos:

• Se quem nos fala ou escreve conhece a fundo o assunto, é um especialista comprovado, pesquisou ele próprio o tema, sabe do que está falando ou é no fundo um idiota que ouviu falar e simplesmente está repassando o que leu e ouviu, sem acrescentar absolutamente nada.

• Se o autor está deliberadamente mentindo.

Aumentar a nossa vigilância epistêmica é uma necessidade cada vez mais premente num tempo que todos os gurus chamam de "Era da Informação".

Discordo profundamente desses gurus, estamos na realidade na "Era da Desinformação", de tanto lixo e "ruído" sem significado científico que nos são transmitidos diariamente por blogs, chats, podcasts e internet, sem a menor vigilância epistêmica de quem os coloca no ar. É mais uma conseqüência dessa visão neoliberal de que todos têm liberdade de expressar uma opinião, como se opiniões não precisassem de rigor científico e epistemológico antes de ser emitidas.
Infelizmente, nossas universidades não ensinam epistemologia, aquela parte da filosofia que nos propõe indagar o que é real, o que dá para ser mensurado ou não, e assim por diante.
Embora o ser humano nunca tenha tido tanto conhecimento como agora, estamos na "Era da Desinformação" porque perdemos nossa vigilância epistêmica. Ninguém nos ensina nem nos ajuda a separar o joio do trigo.

Foi por isso que as "elites" intelectuais da França, Itália e Inglaterra no século XIV criaram as várias universidades com catedráticos escolhidos criteriosamente, justamente para servir de filtros e proteger suas culturas de crendices, religiões oportunistas e espertos pregando mentiras.

Há 500 anos nós, professores titulares, livres-docentes e doutores, nos preocupamos com o método científico, a análise dos fatos usando critérios científicos, lógica, estatísticas de todos os tipos, antes de sair proclamando "verdades" ao grande público. Hoje, essa elite não é mais lida, prestigiada, escolhida, entrevistada nem ouvida em primeiro lugar. Pelo contrário, está lentamente desaparecendo, com sérias conseqüências.

Fonte: VEJA Edição 20283 de outubro de 2007 (para assinantes)

sexta-feira, 21 de setembro de 2007

"Gestão Participativa voltada para Resultados: Um sonho que vem se transformando em realidade

Belo Horizonte, 19/09/2007 – por Wille Muriel Cardoso*


Meu entrevistado do mês é um educador, que sonha e transforma a realidade. Como Diretor Acadêmico de uma IES localizada em uma cidade baiana perto da fronteira com o Estado de Sergipe, no chamado polígono da seca, o Professor José Wilson, licenciado em Letras pela Universidade Federal do Sergipe, parece não ter do que se queixar.

Atendendo aos estudantes do nordeste da Bahia e do centro-sul de Sergipe, a Faculdade AGES onde ele trabalha, credenciada para operar no município de Paripiranga (com quase 30 mil habitantes), oferece cursos de Administração, Ciências Contábeis, Direito, Letras, Normal Superior, Pedagogia e agora se prepara para oferecer os cursos de Enfermagem e Educação Física.

Mas o fato é que esta Instituição vem se destacando nos resultados das avaliações oficiais do ENADE. Pela posição no ranking nacional, o Curso de Letras já havia conquistado a segunda maior média em 2005. O Curso de Ciências Contábeis por sua vez conquistou a primeira maior média nacional em 2006 e o Curso Normal Superior a sétima maior média também no ENADE do ano passado. Outro dado relevante é a inserção de 100% dos egressos no mercado de trabalho, seja por concursos ou por ações empreendedoras como empresários.

Diante de tantos resultados positivos, algumas questões passaram a me incomodar: Como uma Instituição credenciada há poucos anos, localizada em uma região que não se caracteriza pela produção acadêmica abundante, que não concentra um contingente significativo de docentes e técnico-administrativos altamente qualificados para a prestação de um serviço educacional excelente, uma região que, por suas características gerais, representa um enorme desafio para o gestor de IES preocupado com a qualidade acadêmica, enfim, qual é "o segredo" desta gestão? O que faz a Faculdade AGES apresentar resultados tão expressivos?

Então eu fui perguntar diretamente para o colega de MBA - Administração Acadêmica & Universitária, o próprio Professor José Wilson, que numa agradável conversa de final de sexta-feira revelou sem nenhum constrangimento, alguns destes "segredos" utilizados pela Instituição que dirige em parceria com seus colaboradores. E antes que eu cometa a indelicadeza de contar, já na introdução desta entrevista, a "moral da história" o melhor é ver o que disse o nosso colega gestor da Faculdade AGES.

GU: Como é que a sua Instituição consegue esses resultados?

Trabalhamos a competência pedagógica e estimulamos o diálogo entre os professores. Temos reuniões semanais que duram em média quatro horas onde se discute as principiais questões acadêmicas da IES. Valorizamos a competência didática do professor e a capacidade de inovar. Semestralmente convidamos um grande nome da área pedagógica para um seminário em nossa IES e oferecemos uma pós-graduação lato sensu em Didática e Práticas no Ensino Superior para todos os nossos docentes. Temos professores de quinze estados brasileiros e eles são contratados em regime de dedicação exclusiva - a nossa Faculdade é uma academia. Essa expressão "academia" está internalizada na mente das pessoas que trabalham na Faculdade AGES. O professor e o aluno são dois "pilares" que fundamentam nossas ações.

GU: E este Projeto é auto-sustentável?

A Faculdade emprega, entre professores e técnico-administrativos, 232 funcionários e não terceiriza mão-de-obra em nenhum serviço que oferece. O Projeto é financiado prioritariamente pelas mensalidades e em parte pela exploração de serviços satélites da Faculdade (restaurante, livraria e loja de conveniência, dentre outros serviços). Não terceirizo, pois não quero perdem de vista a qualidade.

GU: Qual o perfil do seu aluno ingressante nos cursos que a sua IES oferece e como vocês trabalham com esse aluno?

O aluno é o centro do processo de ensino / aprendizagem. Na nossa Instituição o professor constrói o conhecimento com o aluno - não há aula de conteúdo. O aluno trabalha resolvendo problemas dentro de um contexto. Todas as disciplinas são voltadas para a produção acadêmica, lemos, no mínimo, cinco livros por semestre e produzimos uma resenha, um artigo acadêmico, um livro - tudo gera um produto. Na nossa IES, todo discurso deve ser conduzido para uma ação concreta.

O perfil geral é de um aluno jovem, trabalhador, vindo de escola pública e não é fácil inseri-lo dentro de um conceito de produção acadêmica. Para isso criamos uma disciplina que se chama Inserção do Estudante ao Ensino Superior (ministro pessoalmente esta disciplina). Por ela os alunos passam a conhecer alguns conceitos fundamentais para o bom andamento das atividades acadêmicas: O que é o ensino superior? O que é o conhecimento? O que é uma IES? O que é a academia? A partir desta compreensão é que eu apresento as outras partes, como a infra-estrutura e os valores da Faculdade.

Temos um órgão que se chama Programa de Apoio ao Estudante da Educação Básica e Superior (PAEBS). Lá trabalham cinco professores que são alunos egressos da Faculdade AGES. Estes docentes são escolhidos dentre os melhores alunos egressos e eles conhecem o Projeto - são, na verdade, candidatos a professores das disciplinas dos cursos da Faculdade. No PAEBS identificamos fragilidades e potencialidades dos alunos e trabalhamos em várias dimensões, além da formação em língua portuguesa, matemática, produções acadêmicas, monografias etc. Com o PAEBS o nosso estudante se sente amparado, pois pode contar com alguém para discutir os problemas encontrados ao longo da sua formação e é, por outro lado, um fornecedor de informações importantes para a melhoria da qualidade do nosso serviço educacional.

Na época de estágio fazemos uma avaliação geral quanto ao preparo do estudante em relação ao estágio supervisionado. Será que ele está preparado para o Estágio? Se não estiver preparado ele cursará todas as disciplinas preparatórias sem pagar um centavo por isso, pois entendemos que se ele não está pronto o insucesso é de toda a Faculdade.

GU: Qual a origem destas idéias? Onde nasceram e quando foram apresentadas para a implantação?

A visão de planejar, refletir, avaliar e retro-alimentar os processos, em âmbito coletivo, originou-se no Colégio AGES, em 1982, transcendeu para a Faculdade e tornou-se consistente e visível a partir dos resultados recentemente alcançados. Mas esse processo tem origem em nossa gestão participativa.

GU: Em linhas gerais, como você conceitua a gestão participativa?

A forma mais objetiva para conceituar a Gestão Acadêmica Participativa é vê-la como um processo de mobilização de competências e energias de pessoas motivadas de uma organização, para que, pela participação ativa, respondam coletivamente aos desafios previstos nos objetivos educacionais, compreendidos e abraçados por todos.

GU: Que benefícios a Gestão Acadêmica Participativa trás para grupo gestor da IES?
A participação ativa nos processos institucionais permite que as pessoas tenham a oportunidade de construírem sua autonomia ao assumirem a responsabilidade pelo desempenho e auto-gestão de suas tarefas. Mediante a prática dessa participação, é possível superar o exercício do poder individual e promover a construção do poder da competência, centrado na instituição como um todo.

O sentido da participação num ambiente acadêmico perpassa pela humanização dos processos ao compartilhar deveres e obrigações, evidenciar talentos baseando-se na eqüitativa convergência de interesses entre equipes técnicas administrativa e pedagógica, professores, estudantes e sociedade.

Estas práticas possibilitaram a elaboração de todas as estratégias de gestão acadêmica que utilizamos e conseqüentemente, dos resultados que estamos colhendo. Aliás, cabe ressaltar, o resultado não é só o ENADE. A formação humana e técnica que está gerando uma inserção no mercado de trabalho e uma melhoria na qualidade de vida que é a missão da Instituição. Este aluno egresso normalmente trabalha na própria região e a nossa missão é a de "contribuir para o desenvolvimento da região e a melhoria da qualidade de vida das pessoas".Parece que estamos cumprindo a nossa missão institucional.

GU: E por falar em missão... Qual é a sua visão para o futuro da Faculdade AGES?

Quero que a Faculdade AGES seja uma referência nacional em qualidade de ensino. Meu sonho não é de quantidade. Quero construir um lugar onde você possa mandar o seu filho e que ele tenha acompanhamento psicológico, didático, e que seu aprendizado seja monitorado para que possa ser efetivo. Estamos criando um hotel para acolher acadêmicos de todo o Brasil."

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* Wille Muriel Cardoso é Diretor de Marketing da Carta Consulta
ColunaWILLE MURIEL
willemuriel@cartaconsulta.com.br

quinta-feira, 20 de setembro de 2007

Aula de 21/09/2007

Olá pessoal,

Teremos aula normal nesta sexta-feira. Sugiro que os colegas tentem resolver a avaliação formativa que se encontra disponível no nosso Grupo.

Também avançaremos um pouco mais na metodologia do curso. Da problematização, aos poucos avançaremos para a Problem-based learning (Apredizagem Baseada em Problemas). Sobre este modelo há um exelente artigo na Revista de Direito do Consumidor disponível na biblioteca da Faculdade.

Por ser focado basicamente no aluno, penso que a nova metodologia vai agradar em cheio à classe, sobretudo porque a dinâmica motodológica valoriza muito o potencial crítico do acadêmico, quando compartilhado intersubjetivamente.

Até mais.

Prof. Gomes

Senado contra o consumidor

Por Cláudio Humberto

Por pouco, muito pouco, pouco mesmo, o Senado deixou de dar mais uma facada no cidadão. Flexa Ribeiro (PSDB-PA) deu parecer favorável a uma idéia cavernosa de Adelmir Santana (DEM-DF), ligado ao comércio: altera o Código de Defesa do Consumidor permitindo preço diferenciado na compra com cartão de crédito. Introduz ágio no dinheiro de plástico, contrariando o espírito do código. Romero Jucá (PMDB-RR), líder do governo, pediu vistas.

Do site www.claudiohumberto.com.br

terça-feira, 11 de setembro de 2007

Loja é condenada a indenizar cliente por disparo de alarme antifurto

O juiz Yale Sabo Mendes, do Juizado Especial Civil do Planalto (MT), condenou as Lojas Americanas a pagar R$ 7.000 a uma consumidora revistada pelos funcionários da loja porque o alarme do sistema antifurto não foi desativado, mesmo após o pagamento da mercadoria, e disparou.

Segundo a consumidora, muitas pessoas presenciaram a revista e, por isso, passou por uma situação vexatória e desconfortável.

Na ação, as Lojas Americanas alegaram que o dispositivo de segurança estava dentro da legalidade e que, por isso, não existia dano moral a ser indenizado. A empresa frisou ainda que o fato sofrido pela consumidora não passou de um mero aborrecimento e pediu que o processo fosse julgado improcedente.

Para o juiz, a consumidora foi visivelmente humilhada pela atitude indevida e indelicada da loja. Ele explicou que “qualquer consumidor que for submetido ao constrangimento por preposto de estabelecimento comercial é parte legítima para acioná-lo judicialmente”.

O magistrado destacou ainda que a empresa fornecedora de bens ou serviços é obrigada, através de seus prepostos, a “sempre conferir tratamento digno e respeitoso aos seus clientes-consumidores, razão porque, se assim não procede, responde pelos danos morais causados aos mesmos”.

Com relação ao ato da loja revistar a consumidora pela falha no caixa de atendimento, o magistrado esclareceu que “se a abordagem, em decorrência do disparo de alarme, não se deu com a devida cautela e de forma respeitável, gerando evidente constrangimento à pessoa abordada que passou por suspeita de ter tentado subtrair aquela mercadoria, causa-lhe inegável dano moral, passível de ressarcimento pecuniário”.

Fonte: Última Instância, hoje.

terça-feira, 4 de setembro de 2007

segunda-feira, 3 de setembro de 2007

Para o Inmetro brinquedo é coisa séria.

Todos os brinquedos nacionais ou importados são produtos com certificação compulsória, isto é, só podem ser comercializados com o selo do Inmetro e do organismo acreditado para a certificação, que deve estar sempre visível ao consumidor, imprenso na embalagem ou numa etiqueta afixada no produto. O selo demonstra que o brinquedo atente a requisitos mínimos de segurança estabelecidos em normas e regulamentos.

Antes de entregá-los às crianças, os país devem ler atentamente as instruções de uso. Elas orientam quanto ao uso seguro do produto. Cuidados especiais devem ser observados na retirada das embalagens, pois podem conter grampos metálicos, papéis com tintas inadequadas e sacos plásticos. Atenção especial para faixa etária que o brinquedo se destina. Peças pequenas são muito perigosas se usadas por crianças com idades inadequadas a recomendada. Cabe total atenção para as famílias onde existem crianças com diferentes idades.

Exija sempre a nota, pois ela é a garantia em caso de acidente ou defeito do produto. Os brinquedos vendidos no comércio informal não têm certificação, na maioria dos casos são produtos irregulares, falsificados e podem conter substâncias tóxicas na sua composição.
Outras dicas importantes:

- Os brinquedos não devem conter partes ou peças que possam se desprender facilmente, nem pontas ou extremidades cortantes;

- Em brinquedos que são montados, é preciso constar nas instruções se há necessidade de supervisão de um adulto para a montagem;

- A embalagem do brinquedo deve conter todas as informações sobre o produto, além de apresentar a faixa etária a que ele se destina, dados do fabricante e as advertências sobre eventuais riscos à segurança da criança;

- Nos brinquedos proibidos para crianças de 0 a 3 anos, é necessário que a embalagem traga informações adicionais, em português, tais como advertências para o perigo de ingestão de partes pequenas e a faixa etária indicada.

Fonte: Portal do Consumidor

sábado, 1 de setembro de 2007

Governo cria Escola Nacional de Defesa do Consumidor

Brasília 14/08/07, 17h24 (MJ) - Foi publicado hoje no Diário Oficial da União a portaria 1387, que cria a Escola Nacional de Defesa do Consumidor (ENDC). O objetivo da escola é capacitar agentes de órgãos e entidades que compõem o Sistema Nacional de Defesa do consumidor. O Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor (DPDC), do Ministério da Justiça, desenvolveu uma matriz curricular que deverá ser modelo para outros cursos a serem realizados em qualquer lugar do país.

Segundo o ministro da Justiça, Tarso Genro, a iniciativa fecha um ciclo que teve início com a legislação de proteção ao consumidor, criando educadores que irão repassar aos cidadãos os direitos sobre o que estão adquirindo. “É um programa extremamente importante e completa agora uma grande política de defesa da cidadania no que se refere ao direito do consumidor”, disse ele.

Entre os cursos oferecidos, está o de planejamento de ações para a implementação de políticas públicas do direito do consumidor. Serão tratados, ainda, assuntos voltados a orientações metodológicas para os educadores e técnicos planejarem e acompanharem atividades de formação, além do Sistema de Avaliação da Aprendizagem.

Clique aqui e veja o ato de criação da ENDC.

Recall

Instaurado processo administrativo contra Gulliver

Brasília 30/08/07, 16h17 (MJ) - O Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor (DPDC), do Ministério da Justiça, instaurou nesta quinta-feira (30) processo administrativo contra a Gulliver - pela não realização imediata do “recall” da linha de brinquedos Magnetix, que estaria colocando em risco a saúde das crianças.

A empresa terá, ainda, que explicar porque decidiu importar esses produtos, apesar de ter conhecimento que de estavam sendo recolhidos pelo fabricante nos Estados Unidos. Ao instaurar o processo, o DPDC argumentou que o recall norte-americano começou em 31 de março de 2006, com uma segunda chamada em 19 de abril de 2007.

A Gulliver importou cerca de 49 mil brinquedos da linha Magnetix, em meados de 2006 e só iniciou o processo de recall no dia 17 deste mês. Ou seja, a empresa só passou a tomar providências com relação à Magnetix cerca de 17 meses após o primeiro recall feito nos EUA.

O problema com os brinquedos da Gulliver é o mesmo apresentado pela Mattel. Os bonecos possuíam acessórios fixados por ímãs que se desprendiam das peças. “A empresa tinha obrigação de conhecer os riscos e o alto grau de periculosidade às crianças que esses brinquedos importados poderiam causar, principalmente, por causa do recall iniciado nos Estados Unidos no ano passado”, disse o diretor do DPDC, Ricardo Morishita.

A Gulliver, por sua vez, alegou que nunca foi notificada por qualquer consumidor sobre acidentes com a linha Magnetix no Brasil. Essa afirmação, conforme consta do processo, representa uma tentativa da empresa de se eximir de responsabilidades, além de não demonstrar preocupação com a proteção à vida, à integridade e saúde de seus consumidores.

Após a notificação, a Gulliver terá 10 dias para apresentar sua defesa. Caso seja condenada, a multa poderá variar de R$ 200,00 até R$ 3.000.000,00.

DPDC acompanha recall dos brinquedos da Mattel

Brasília 15/08/07, 18h26 (MJ) - A troca dos brinquedos da Mattel, cujos defeitos podem ser extremamente prejudiciais à saúde, será acompanhada de perto pelo Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor (DPDC), do Ministério da Justiça. A campanha de substituição dos produtos, que deverá ser feita pela própria empresa, começa nesta quinta-feira (16) nos jornais, rádios e televisões de todo o país.

“O mais importante neste primeiro momento é a veiculação de informações aos consumidores para que o problema tenha a maior transparência possível e, além disso, a reparação dos danos que forem causados”, afirmou o diretor do DPDC, Ricardo Morishita. Segundo ele, o chamamento para troca dos brinquedos (recall) abrange cerca de 850 mil produtos que foram comercializados no país pela Mattel. O defeito a ser corrigido é do ímã que serve para fixar a roupa de vários bonecos.

De acordo com Morishita, o ímã defeituoso está se soltando dos brinquedos e pode ser extremamente danoso à saúde caso seja engolido pelas crianças. O problema, disse o diretor do DPDC, está ocorrendo em toda a linha Polly, na pá do conjunto da boneca Barbie e do boneco Tanner e na figura magnética do Batman. Quanto ao excesso de chumbo na tinta vermelha de alguns brinquedos da Mattel, a empresa informou que não comercializou esses produtos no Brasil e o problema ficou restrito aos brinquedos vendidos apenas nos Estados Unidos.

“Acreditamos que a maior parte desses 850 mil brinquedos já esteja nas mãos dos consumidores, mas o Sistema Nacional de Defesa do Consumidor (SNDC) deverá fazer uma fiscalização a partir de agora para verificar se ainda existem produtos sendo comercializados com esse defeito”, disse Morishita. A Mattel disponibilizou o telefone 0800 77 01 207 para que os consumidores possam se informar sobre a troca dos produtos. As ligações são gratuitas e o atendimento será feito de segunda a sexta-feira, de 9h às 21h, e aos sábados, de 9h às 12h.

De acordo com o diretor do DPDC, os consumidores que tiverem dificuldades para serem atendidos pela Mattel, devem recorrer aos Procons relatando o caso. Ricardo Morishita disse ainda que a página da empresa na Internet contém alguns problemas, que deverão ser corrigidos após uma reunião com os representantes da Mattel nesta quinta-feira. “Vamos levar em consideração todos os problemas que estão surgindo e vamos acompanhar o processo de troca”, disse Ricardo Morishita.

Fonte: Site DPDC